Resumo: Mulheres idosas obesas possuem redução da responsividade imune e aumento do risco de infecções ao vírus Influenza, pois durante o processo de envelhecimento os linfócitos T jovens, que são vitais para a resposta imune adequada à novos patógenos, são substituídos por linfócitos T efetores de memória do último estágio de desenvolvimento fenotípico e apresentam limitada capacidade de resposta aos antígenos. A taxa de eficácia da vacina contra o vírus Influenza para a maioria dos idosos pode ser menor que 56%, o que pode estar associado à imunossenescência. Com isso, a prática de exercício físico mobiliza para a corrente sanguínea principalmente linfócitos T CD8+ senescentes em indivíduos jovens e adultos. Durante o período de recuperação, nas primeiras horas após o exercício, esses linfócitos T CD8+ senescentes podem diminuir sua contagem abaixo dos valores normais pré-exercício. Assim, uma sessão de exercício físico, como o treinamento de força pode ser uma estratégia para mobilizar e eliminar linfócitos T senescentes, criando um espaço imunológico para a expansão de linfócitos T jovens, aumentando o repertório linfocitário. No entanto, a capacidade de expansão pode estar relacionada também a responsividade ao treinamento de força, já que na literatura temos indícios de idosos responsivos para vários marcadores inflamatórios. Desse modo, mulheres idosas obesas que possuem naturalmente acúmulo de linfócitos T CD8+ senescentes com limitada capacidade de resposta aos antígenos, podem ser favorecidas com a prática crônica do treinamento de força, aumentando a eficácia da imunização. Além disso, as mulheres com alta responsividade ao treinamento de força podem apresentar melhores resultados quando comparado as mulheres de responsividade inferior. Com isso, o presente projeto, trata-se de um estudo de caráter clínico que será realizado no Campus I da Universidade Católica de Brasília. Serão utilizados os laboratórios de Estudo de Força e Avaliação Física e Treinamento. Métodos: Após completarem os exames clínicos, serão selecionadas 72 mulheres idosas obesas previamente sedentárias com idade ≥ 60 anos, percentual de gordura ≥ 30% e que não tenham sido vacinadas contra o vírus influenza de 2016. Todas as participantes serão submetidas ao protocolo crônico de treinamento de força (TF) que seguirá o modelo de periodização linear. No modelo linear, também conhecido como clássico, a intensidade do treinamento é aumentada em cada microciclo (1 a 4 semanas) e o volume é reduzido. O número de repetições será reduzido (mantendo-se a faixa mínima estabelecida para cada ciclo), em razão do aumento na intensidade. As vacinas utilizadas no projeto de pesquisa serão administradas por um enfermeiro ou técnico de enfermagem particular contratado pelo pesquisador responsável, e serão constituídas por vírus inativados e fragmentados, portanto, sem risco de infectar o paciente. Portanto, o objetivo do estudo será avaliar o efeito do treinamento de força e do período de destreino sobre a responsividade dos parâmetros neuromusculares, antropométricos, inflamatórios na eficácia da vacinação ao vírus da influenza em mulheres idosas obesas. A hipótese do projeto será de que mulheres idosas obesas com maior responsividade para a força muscular após um protocolo crônico padronizado de TF, apresentem menores valores para marcadores inflamatórios, maior mobilização e eliminação de linfócitos T senescentes, maior expansão de linfócitos T jovens efetores e de memória específicos ao vírus Influenza com maior proteção imune após vacinação. Contribuições científicas: melhorar a compreensão sobre os efeitos do treinamento de força, envelhecimento, responsividade e sistema imune auxiliando e incentivando novas pesquisas sobre os temas. |