Resumo: A doença renal crônica tem se tornado prevalente nos últimos anos, como consequência do aumento da expectativa de vida, associada ou não a outras doenças. Os pacientes portadores de doenças renais em estágio terminal, mesmo se tiverem indicação de transplante, necessitam de hemodiálise para remover substâncias indesejáveis do sangue, depurando-o artificialmente. A hemodiálise é a forma mais utilizada de terapia substitutiva renal, justificando as pesquisas e investimentos para seu aperfeiçoamento. Em censo realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em 2011, estima-se um número superior a 80 mil pacientes em tratamento hemodialítico no Brasil. O tratamento anual de cada indivíduo é estimado em oitenta mil dólares, segundo informações da agência norte-americana National Kidney and Urologic Diseases Information Clearinghouse, em 2014. Portanto, os custos da hemodiálise no país correspondem à importante fração dos recursos disponibilizados anualmente para a saúde.Fundamentalmente, a hemodiálise consiste numa troca seletiva de solutos através de uma membrana semipermeável. Algumas variáveis, como a concentração dessas substâncias entre o sangue e a solução de diálise são importantes, e determinam a velocidade e eficácia do processo. Através desse, várias substâncias são removidas do sangue. O contato do sangue com a membrana de hemodiálise pode ativar a cascata de complemento, aumentando a resposta inflamatória. No entanto, outros componentes envolvidos na atividade inflamatória e resposta imunológica do paciente submetido a esse tratamento podem contribuir para modulação desse processo. Nesse sentido, o estudo do impacto do tratamento hemodialítico sobre as microvesículas circulantes no sangue é relevante. Desse entendimento resultaria a análise da real repercussão imunológica da hemodiálise em pacientes renais crônicos sob tratamento ambulatorial. |