Coordenador(a): | LEDA GONCALVES DE FREITAS | ||||||||||
Vigência: | 27/12/2018 a 03/12/2022 | ||||||||||
Situação: | Inativo | ||||||||||
Programa/Curso: | Psicologia - Stricto Sensu | ||||||||||
Escola: | {nme_escola} | ||||||||||
Agência: | Fundação de Apoio a Pesquisa do Distrito Federal | ||||||||||
Edital: | FAPDF 03/2018 - Demanda Espontânea | ||||||||||
Chamada | FAPDF 03/2018 - Demanda Espontânea | ||||||||||
Resumo: Este projeto visa construir um espaço coletivo para realização de escuta qualificada do sofrimento no trabalho a fim de potencializar a mobilização subjetiva de trabalhadores advindos diversos contextos de trabalho. Assim sendo, buscar-se-á refletir sobre o conceito de mobilização subjetiva proposto por Dejours (2008), que o compreende como um processo intersubjetivo em que o sujeito que trabalha engaja toda a sua subjetividade para criar, inventar e reafirmar a sua identidade nas organizações de trabalho. A mobilização subjetiva é, portanto, o próprio trabalhar, pois é o engajamento do sujeito que trabalha ao utilizar sua inteligência prática. Mendes e Duarte (2012) afirmam que a mobilização subjetiva propicia a transformação do sofrer quando se tem o espaço público de discussões, ou seja, o coletivo de trabalho. Considerar-se-á, ainda, o aprofundamento da escuta qualificada do sofrimento no trabalho, a partir da articulação dos referenciais teóricos da psicodinâmica do trabalho e da psicossociologia do trabalho. Ratifica-se nesta proposta de pesquisa a centralidade do trabalho a partir da concepção marxiana, que considera o trabalho como categoria fundamental ao instituir o homem como ser social, mesmo no contexto de metabolismo social do capital na sua forma assalariada e estranhada. De acordo com Dejours (2008), o trabalho é uma prática essencial no processo de mediação entre o inconsciente e o meio social. Compreendendo que o trabalho é uma atividade dirigida a outras pessoas, ele não só transforma o sujeito que trabalha, mas produz a realização no contexto social. Logo, o trabalho é espaço de construção do equilíbrio psíquico ao fortalecer a identidade do sujeito que trabalha. O trabalho é analisado numa perspectiva dialética, pois é fonte de prazer e de sofrimento. Quando há sofrimento, é possível transformá-lo em prazer por meio da mobilização subjetiva ou pelas estratégias de defesa. Para os autores Dejours, Abdoucheli e Jayet (1994), a mobilização subjetiva se caracteriza pelo uso dos recursos psicológicos do trabalhador e, também, pelo espaço público de discussões sobre o trabalho. Neste espaço, o trabalhador ressignifica suas representações sobre sua atividade ao falar sobre os aspectos que causam o sofrimento no cotidiano do trabalho. A mobilização subjetiva é, portanto, um processo de busca de prazer, pois o trabalhador busca uma transformação das situações geradoras de sofrimento em situações que gerem o prazer. A mobilização subjetiva possibilita o engajamento do sujeito no trabalho, colocando em ação seus recursos psicológicos – sua inteligência e sua história – o que viabiliza a sua participação no coletivo do trabalho, sendo assim, uma possibilidade para o exercício da democracia e um viver com dignidade (MENDES, 2007; DEJOURS 2008). A escuta qualificada do sofrimento no trabalho envolve a construção de um espaço público de fala dos sujeitos que trabalham para que possam pensar e sentir, no coletivo, num contexto de cooperação, as adversidades do trabalhar na contemporaneidade. O escutar o sofrimento no trabalho, segundo Mendes e Araújo (2011) considera ir, para além do ouvir, para que o conteúdo não manifesto seja percebido por quem escuta e, ainda, pelos trabalhadores ao fazerem associações por meio de suas falas e pelas verbalizações dos demais. Essa escuta tem uma dimensão política, no sentido arendtiano do termo, que corresponde a uma ação comum, ação em conjunto (ARENDT, 2014). Assim, o espaço coletivo de escuta qualificada do sofrimento busca um pensar juntos sobre a vida no trabalho, a construção de afetos e de realização do imprevisível e do improvável, frente à sociedade de urgências, do descarte, do exarcerbado individualismo que despontecializa a vida comum e impões inumeráveis adoecimentos psíquicos. |
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Equipe:
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Orçamento Aprovado:
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