Resumo: Briófitas são plantas avasculares e de pequeno porte, que compõe o segundo maior grupo vegetal, sendo amplamente distribuídas em múltiplas regiões biogeográficas e podendo habitar ambientes seletivos como a Ártico e a Antártica, onde dominam. A sobrevivência nestes locais demostra a resiliência destes organismos frente a condições extremas tornando-as importantes alvos para estudos evolutivos, principalmente no que se refere à um momento de sensíveis alterações climáticas à nível global. No entanto, quando comparado à outras plantas, poucos genomas completos e análises de composição fitoquímica estão disponíveis, limitando a compreensão da relação e interação destas plantas com elementos bióticos e abióticos no ambiente em que estão inseridas. Em regiões polares, por exemplo, sabe-se que as briófitas lidam com diferentes fatores limitantes, porém os mecanismos moleculares, o arcabouço bioquímico, suas interações ecológicas com outros organismos e as características físico-químicas com outros organismos permanece ainda pouco explorado. Considerando a importância da Antártica e do Ártico para o planeta e a riqueza de sua biodiversidade de briófitas e microbiota associada, a presente proposta visa aprofundar o conhecimento sobre a composição genética de diferentes espécies de musgos das regiões polares e entender melhor sua resposta aos diferentes níveis de estresse a que elas são submetidas. Para tal, o genoma de dez espécies de briófitas oriundas da Antártica e do Ártico serão sequenciados, bem como seus metabólitos analisados, visando um melhor entendimento de suas capacidades de sobrevivência em ambientes tão extremos. Será avaliado, também, a biodiversidade dos substratos onde elas se encontram visando um melhor entendimento das relações dessas plantas com seu ambiente ao longo dos anos de duração do projeto, trazendo um novo olhar sobre as interações biológicas com as mudanças climáticas. |