Descricão e Informacões Adicionais | A emigração dos descendentes de japoneses acentuou-se na década de 80, com a partida para o Japão de camponeses sem terra, semi-analfabetos, despreparados para viver num país desenvolvido. Os 312.000 Dekasseguis contemporâneos estão espalhados em 47 províncias, destacando-se Aichi, Shizuoka, Gifu, Mie, Kanagawa, Saitama e Gunma com alta concentração de Nikkeis inseridos como operários em fábricas, cujo nível de compreensão da língua portuguesa é rudimentar, aliada a total ausência do idioma japonês. Sua situação financeira é instável, o que provoca deslocamentos de cidade e emprego constantes, na tentativa de ajustes ao meio urbano. Outros grupos estão espalhados, em menor número, nas províncias de Tochigi, Tokyo, Chiba, Ibaraki, Osaka, Shiga e Nagano, correspondendo a 15% do total de imigrantes no país.
No Japão, esses Nikkeis desconstroem sua identidade, já que são descendentes de japoneses, imbuídos do comportamento descontraído brasileiro, uma vez que absorveram a cultura e tradições latinas. Para ser aceito no Japão não basta ter aparência de japonês, é preciso tornar-se culturalmente japonês respeitando as regras locais, fundadas no espírito budista de ética e moral ilibadas. O Dekassegui sente-se diferente ou marginalizado pela sociedade receptora japonesa. Na verdade, a presença dos Nikkeijin no Japão criou uma minoria lingüística e cultural, um verdadeiro gueto, que vive à parte da sociedade local, fundada em uma cultura milenar homogênea. Os brasileiros são identificados como imigrantes estrangeiros, apesar de gozarem de privilégios diplomáticos por seus laços consangüíneos. A discriminação étnico-racial é reforçada pela própria palavra Dekassegui que significa migração forçada pela pobreza. |