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Plataforma de Apoio a Gestão Estratégica - PAGE/UCB
Projeto: TREINAMENTO DE FORÇA DOMICILIAR EM DOENTES RENAIS CRÔNICOS NOS ESTÁGIOS CONSERVADOR E HEMODIALÍTICO: UM ESTUDO CLÍNICO MULTICÊNTRICO RANDOMIZADO
Coordenador(a): | THIAGO DOS SANTOS ROSA |
Vigência: | 01/03/2022 a 28/02/2025 |
Situação: | Ativo |
Programa/Curso: | Educação Física - Stricto Sensu |
Agência: | Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico |
Edital: | CNPq Nº04/2021 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQ |
Chamada | Chamada Única |
Resumo:
Introdução: Afetando 10 a 15% da população mundial, a doença renal crônica (DRC) é reconhecida como um problema de saúde pública, caracterizada pelo declínio progressivo da taxa de filtração glomerular (TFG); e é classificada em cinco estágios. O estágio terminal requer terapia renal substitutiva, como a hemodiálise. A hemodiálise é um tratamento dispendioso, gerando um custo mínimo de R$194,00 por sessão para o Sistema Único de Saúde. Mesmo assim, a hemodiálise não é comparável a função fisiológica renal e como consequência do constante desequilíbrio hidroeletrolítico e inflamatório há uma rápida progressão de comorbidades como fragilidade, sarcopenia, anemia, doenças metabólicas, cardiovasculares e cerceamento da liberdade do indivíduo, que deverá todos os dias ou no mínimo 3 vezes por semana, entre 2 a 4 horas submeter-se à diálise. Consequentemente, há aumento dos níveis de ansiedade, depressão e número de internações hospitalares, e aumento da mortalidade nessa população. A hipertensão, o diabetes e a obesidade são doenças com alta prevalência no mundo e são as principais causas de DRC. O rim é afetado por diferentes condições físico-químicas e componentes moleculares que em desequilíbrio, como aumento da citocinas pró-inflamatórias e espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, podem gerar lesões glomerulares e tubulares. Tal condição explica parcialmente o motivo pelo qual doenças que afetam a hemodinâmica e o metabolismo são doenças capazes de induzir maior estresse oxidativo e inflamação renal contribuindo para progressão da DRC, assim como para a progressão de doenças cardiovasculares. A literatura científica, incluindo recentes produções do nosso grupo, aponta que o treinamento de força (TF) pode apresentar benefícios em diferentes estágios da DRC, possivelmente freando o declínio da TFG e progressão para níveis mais avançados da doença, e consequentemente evitando a necessidade de hemodiálise. Ademais, a aplicação do TF durante a hemodiálise em pacientes terminais pode diminuir a inflamação, o estresse oxidativo, a anemia e a disfunção do sono, melhorando sua qualidade de vida e diminuindo o número de internações hospitalares. No entanto, há uma baixa adesão e aderência dessa população em programas de treinamento físico devido aos efeitos colaterais dos medicamentos e condições adversas como fraqueza, fragilidade e depressão que prejudicam o paciente e os impede de praticar exercício físico. Por outro lado, o treinamento de força domiciliar tem sido utilizado como um método que gera efeitos similares aos do treinamento de força convencional, mas com menor custo, tanto em indivíduos saudáveis, quanto em indivíduos com doenças. Contudo, pouco se sabe sobre o efeito do treinamento de força domiciliar como instrumento para atenuar a progressão da DRC no estágio conservador ou sua aplicação em pacientes no estágio terminal, assim como os possíveis mecanismos moleculares envolvidos e a real segurança em sua prescrição. Nesse sentido, é importante ressaltar a possibilidade da aplicação desse programa de treinamento domiciliar como uma terapia alternativa para prevenir a progressão da DRC e/ou doenças cardiovasculares. Objetivos: Verificar os efeitos do treinamento de força domiciliar sobre os parâmetros cardiovasculares, renais, inflamatórios e estresse oxidativo de pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador e hemodialítico/terminal. Materiais e métodos: Serão recrutados voluntários, aproximadamente 180 adultos com idade igual ou superior a 18 anos, com doença renal crônica em tratamento conservador (n = 90) e hemodialítico (n = 90) em Palmas-TO; Brasília-DF; e em São Paulo-SP, ou seja, caracterizando-se como um estudo multicêntrico. Os voluntários serão submetidos a um teste de preensão manual, avaliação antropométrica e a coletas de sangue pré e pós 22 semanas de TF. Ambos os grupos de pacientes (tratamento conservador e hemodialítico) serão divididos em subgrupos: Controle (no mínimo n=45), Treinamento de Força (no mínimo n=45). O protocolo de treinamento consistirá em 1 a 3 séries de 2 a 14 repetições entre 11 a 13 exercícios por sessão, com duração de 22 semanas, a ser realizado três vezes por semana em dias não consecutivos. Serão feitas análises bioquímicas (aproveitando as análises de rotina das clínicas e ambulatórios), de estresse oxidativo, inflamação, perfil lipídico e glicêmico, além de moléculas do metabolismo mineral ósseo e vascular (Klotho e FGF23). Contribuições gerais do projeto: Melhorar a compreensão sobre os efeitos e mecanismos do TF domiciliar em pessoas com doença renal crônica sobre diversos parâmetros de saúde, o que pode auxiliar e incentivar novas pesquisas sobre essa temática. O projeto possibilitará o uso do treinamento de força domiciliar para facilitar a participação de doentes renais em programas de treinamento, podendo talvez, reduzir e a desistência, melhorando a qualidade de vida e o bem estar social, especialmente para pacientes com piores condições socioeconômicas. Além disso, os dados obtidos poderão auxiliarão no desenvolvimento do aplicativo Renal-Cardiac Fit para gerenciamento de rotinas de exercício para doentes renais crônicos, conceito desenvolvido em nosso grupo de estudos e aprovado em seleção inicial do Edital 80/2019-UCB para pré-aceleração de Startups. |
Equipe:
Orçamento Aprovado:
Bolsas | R$ 39.600,00 |
Valor Total | R$ 39.600,00 |