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Projeto: PELD - Fase 5: Cerrados do Planalto Central – Estrutura, dinâmica e processos ecológicos . sub-projeto: o potencial das comunidades de répteis e anfíbios e do sistema aquático como indicadores de integridade ecológica.
Coordenador(a): NATHALIE QUEIROLO KALADINSKY CITELI COELHO
Vigência: 01/01/2025 a 01/01/2028
Situação: Ativo
Programa/Curso: Ciências Biológicas
Agência: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Edital: Chamada CNPq/CONFAP-FAPs/PELD Nº 23/2024 - PROGRAMA DE PESQUISA ECOLÓGICA DE LONGA DURAÇÃO
Chamada Chamada Única
Resumo:
O sítio PELD – Cerrado vem sendo estudado por pesquisadores desde 1999, quando foi obtido o primeiro apoio oriundo do CNPq. Desde então, diversas pesquisas foram realizadas para caracterizar a composição e dinâmica das principais fitofisionomias do Cerrado e comunidades de animais e plantas associadas. Na fase 1 do sítio, procurou-se avaliar o efeito do fogo sobre a estrutura de comunidades de animais e plantas. Em sua fase 2 e 3, as pesquisas começaram a ser direcionadas para a compreensão das respostas de animais, plantas e biota aquática frente às perturbações provocadas pelo fogo, poluição sonora, luminosa e também pela variação climática na dinâmica em comunidades de espécies. A fase 4 deu continuidade nas análises do efeito de fatores locais na dinâmica temporal de comunidades dos ecossistemas terrestres e aquáticos, incluindo processos ecossistêmicos e dinâmica da invasão biológica e na avaliação das respostas das espécies, comunidades, processos ecossistêmicos e dinâmica da invasão biológica frente às pressões antrópicas sobre as áreas de estudo.



Para os estudos a serem desenvolvidos na quinta fase do sítio AGCV, além de dar continuidade nos monitoramentos iniciados nas fases anteriores, especificamente nas análises sobre os efeitos das perturbações ambientais sobre os ecossistemas, comunidades, espécies e processos ecológicos, propomos: (i) avaliar o manejo de espécies lenhosas superdominantes que estão modificando os ecossistemas abertos de cerrado, especialmente áreas úmidas, (ii) identificar o potencial das comunidades de répteis e anfíbios como indicadores de integridade ecológica, (iii) avaliar se a comunidade de formigas e borboletas responde às mudanças ao longo de gradientes ambientais, (iv) avaliar a dinâmica da vegetação lenhosa de Cerrado por meio de parcelas permanentes em áreas com diferentes históricos de fogo e em experimento de longa duração de adição de nutrientes iniciado em 1998, (v) iniciar o monitoramento da expressão gênica de elementos-chave da vegetação das savanas e de sistemas florestais. Assim, serão realizadas pesquisas em duas escalas espaciais distintas: (1) análises do efeito de fatores locais na dinâmica temporal de comunidades de ecossistemas terrestres e aquáticos, incluindo processos ecossistêmicos e dinâmica de mudanças nos processos ambientais e (2) avaliação das respostas das espécies, comunidades, processos ecossistêmicos prístinos e alterados, e a dinâmica da invasão biológica, frente às mudanças ambientais globais e às pressões antrópicas nas áreas de estudo. Na primeira escala de trabalho (local), as pesquisas darão continuidade aos estudos que vêm sendo conduzidos na área ao longo dos últimos anos. Tal continuidade é de grande importância para o estabelecimento de linhas de base voltadas para o diagnóstico de eventuais mudanças na composição e abundância das espécies e funcionamento de sistemas naturais.



Nesse sentido, as pesquisas visam quantificar qual a contribuição das variáveis locais para eventuais variações em indicadores como riqueza, abundância, equitabilidade, dominância, uso do espaço, dispersão de sementes, polinização, uso do espaço acústico, dentre outros. Na segunda escala de trabalho propomos avaliar o efeito de alterações regionais nas comunidades e processos ecológicos observados na AGCV. Inicialmente distante de áreas urbanas, hoje a AGCV encontra-se inserida em uma matriz totalmente urbanizada, estando sujeita aos efeitos do isolamento, invasão de espécies exóticas, intrusão de pessoas, poluição luminosa e sonora, incêndios, depósito de lixo, dentre outros. A cidade de Brasília, que foi planejada no final dos anos 50 para comportar 500 mil habitantes, está hoje praticamente conturbada com as cidades satélites originais e esse conjunto apresenta mais de três milhões de pessoas (IBGE 2020). Somente entre 2018-2019, a população cresceu 1,36%, um valor maior que a média nacional no período. No entorno da AGCV, vários bairros foram sendo consolidados ao longo dos últimos anos, o que intensificou a urbanização, o trânsito na região, e consequentemente o aumento do isolamento da área de estudo e sua vulnerabilidade aos impactos externos. A invasão de animais domésticos, pessoas, atropelamento da fauna, surgimento de depósitos de entulho e lixo, aumento da poluição sonora e luminosa passaram a ser impactos frequentes na área.



A abordagem analítica aqui proposta é aquela denominada como pressão-estado-resposta (PER), um esquema de avaliação das respostas observadas em indicadores ambientais a partir da incidência de pressões antrópicas. O esquema PER, proposto pela Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento – OECD (https://www.oecd.org/site/worldforum/33703867.pdf), prevê a definição de indicadores cujos valores são analisados antes, durante e após a incidência de pressões. As pressões antrópicas incidentes sobre a área de estudo serão mapeadas e comporão uma base de dados comum aos componentes da biodiversidade que serão abordados nesta fase (ver abaixo). Tal aspecto permitirá tanto o desenvolvimento de análises individuais, quanto outras que integrem diferentes grupos, procurando saber como que os organismos, comunidades e processos ecológicos respondem às pressões incidentes sobre a área. Assim, independentemente dos indicadores escolhidos para os grupos trabalhados (variáveis resposta), indicadores esses que podem ser bem particulares e específicos, a correlação com os indicadores de pressão (variáveis explanatórias) poderá ser feita de modo similar.



Alguns eventos justificam a abordagem proposta, pois as pressões externas podem mudar radicalmente, embora temporariamente, a composição das espécies. Em 2011, boa parte da AGCV foi afetada por um grande incêndio que impactou não somente os ambientes abertos (áreas de campo e cerrado sentido restrito), mas também as matas de galeria. Mesmo depois de uma década da ocorrência desse evento, seus efeitos ainda são visíveis na área e parte das comunidades e ecossistemas ainda estão em recuperação. É sabido que o Cerrado tem uma grande resiliência e capacidade de recuperação da parte acima do solo da vegetação, pois a maior parte da biomassa está no subsolo, permitindo um rápido crescimento. Mas a recomposição das comunidades depende também da existência de fontes de recrutamento nas proximidades, pois indivíduos de áreas próximas poderiam oportunisticamente utilizar ou ocupar os ambientes impactados pelas queimadas. Considerando as diferentes capacidades de dispersão dos organismos, o aumento do isolamento da área e a supressão da vegetação nativa no Distrito Federal, é de se esperar que o tempo de recuperação das comunidades impactadas seja dependente desses aspectos. De acordo com dados do Projeto MapBiomas (https://plataforma.mapbiomas.org/map), as áreas nativas de vegetação não florestal do Distrito Federal foram reduzidas em 70 mil ha entre 1985 e 2017, ao passo que a malha urbana passou de 19 mil ha para mais de 55 mil ha no mesmo período.
Equipe:
1 - ALICIA PIRES DE MACEDO - Aluno
2 - CLARA SILVEIRA ROSA - Aluno
3 - GABRIEL MONTEIRO DA SILVA RAPOSO PINÇÃO - Aluno
4 - MORGANA MARIA ARCANJO BRUNO - Pesquisador Interno
5 - NATHALIE QUEIROLO KALADINSKY CITELI COELHO - Pesquisador Interno
6 - Ricardo Bomfim Machado - Pesquisador Externo
7 - SILVIA KELI DE BARROS ALCANFOR - Pesquisador Interno
Orçamento Aprovado:
Material de ConsumoR$ 7.850,00
Valor TotalR$ 7.850,00