Plataforma de Apoio a Gestão Estratégica - PAGE/UCB

Projeto: Plataformização do Trabalho Docente em Instituições de Ensino Superior Privadas
Coordenador(a): LEDA GONCALVES DE FREITAS
Vigência: 01/08/2025 a 31/07/2028
Situação: Ativo
Programa/Curso: Psicologia - Stricto Sensu
Agência: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Edital: Chamada CNPq Nº 18/2024 Bolsas de Produtividade do CNPq
Chamada Chamada Única
Resumo:
Propõe-se este projeto dar continuidade a pesquisas anteriores e em andamento, coordenadas por esta proponente, nas quais focaliza a construção de um espaço coletivo de escuta do sofrimento no trabalho com vistas a potencializar o pensar, sentir e agir dos trabalhadores. A proponente concebeu, em 2018, o Laboratório de Trabalho Sofrimento e Ação (LATRASA), vinculado ao Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Católica de Brasília (UCB), linha de pesquisa Cultura Contemporânea e relações humanas. Desde então, as pesquisas realizadas por meio dos projetos “Trabalho e mobilização subjetiva” e “Plataformização do trabalho”, com diversas categorias de trabalhadores, visam impulsionar o pensar, sentir e agir frente as adversidades do trabalho contemporâneo.
No capitalismo, o trabalho se configura numa relação de compra e venda da força de trabalho, na qual produz-se mais-valia e acumulação de capital. Desse modo, o contexto vigente do mundo do trabalho é de hiperexploração da força de trabalho, mediante o trabalho plataformizado. Este, de acordo com Abílio (2020), transforma o trabalhador em uma pessoa disponível para as demandas do capital. Conforme Grohmann (2020), as diversas plataformas digitais são infraestruturas, que ao mesmo tempo, são meios de produção e de comunicação. Portanto, são utilizadas para trabalhar e para interação. Com lógicas algorítmicas, dataficadas e financeirizadas, as plataformas digitais sugam ainda mais o valor do trabalho.
Na era do trabalho mediado por plataformas, as dinâmicas algorítmicas impõem um controle sútil sobre a força de trabalho. Para o filósofo Han (2018), esse controle é denominado de psicopolítica. Para o autor, no capitalismo neoliberal, a coerção muda da exploração externa para a exploração interna. Assim, as pessoas tornam-se empreendedoras de si, não tendo mais um poder externo para direcionar as lutas, por isso, a repressão não vem de fora, mas da exploração de si. Deste modo, no contexto do capitalismo neoliberal, Han assevera que há um poder inteligente, que atua como serpente, silenciosamente. Portanto, as pessoas inconscientemente são assujeitadas ao sentirem-se livres e subjugadas de um certo modo, por si mesmas, já que não têm um patrão e horários de trabalho definidos, por exemplo.
Na carreira docente, o processo de plataformização do trabalho está ocorrendo desde os processos de mercantilização da educação e de utilização de tecnologias digitais no ensino e na aprendizagem. Sagrado, Matta e Gil (2023) argumentam que as corporações de tecnologias estão modelando um novo docente. O discurso apresentado pelas empresas está na necessidade de personalizar as trajetórias de aprendizagem dos estudantes individualmente. Assim, inúmeras ferramentas são inseridas no contexto educacional com vistas a customizar módulos de aprendizagem, enfileirar conteúdo para cada estudante, uso de chatbots para interação e feedbacks instantâneos. Com os inúmeros serviços oferecidos pelas plataformas, os professores tornam-se auxiliares dos dispositivos presentes nas empresas-plataformas, tornando-se profissionais secundarizados, e seu trabalho vivo tornando-se morto.
Equipe:
1 - LEDA GONCALVES DE FREITAS - Pesquisador Interno
Orçamento Aprovado:
Valor TotalR$ 0,00